Estamos diante de algo muito simples
e muito complexo ao mesmo tempo.
Se sua empresa é pequena,
média ou mesmo faz parte das
grandes, deve saber que o software
e o fornecedor são partes da
mesma solução. Não
poderá escolher um sistema
e pedir para outro fornecedor entregá-lo.
Os dois são inseparáveis.
Um sistema e seu fornecedor podem
ser muito bons para um tipo ou porte
de empresa e nem tanto para outro.
Nem sempre o melhor fornecedor do
mercado vai poder atender a sua empresa,
pois seu sistema poderá ser
especializado apenas para outro tipo
de atividade ou outro porte de empresa.
Deve considerar que há uma
simbiose, software-fornecedor. Dependendo
do que sua empresa precisa, a escolha
pode começar pelo software
ou, então, pela seleção
prévia do fornecedor.
As pequenas e médias empresas,
que fazem aquisições
de sistemas prontos, com ou sem adaptações,
dependem da qualificação
prévia do software e, depois,
do fornecedor. Aquelas que desejam
desenvolver software específico,
ou fazer grandes adaptações
de sistemas, quando possível,
devem qualificar inicialmente o fornecedor.
Mas, qualquer que seja o porte da
empresa e do fornecedor, a informatização
vai exigir de ambos "uma relação
de cooperação".
Devem caminhar juntos para que a empresa
possa ter uma ferramenta que lhe favoreça
o crescimento e, ao mesmo tempo, que
essa ferramenta acompanhe o seu crescimento.
Ambos devem se esforçar e se
beneficiar pelo resultado.
Excluindo as empresas que vão
fazer desenvolvimento próprio,
há um roteiro que pode ser
seguido:
1º) |
Escolher os sistemas
mais adequados para as necessidades
da empresa. Isto é o que
mais importa. Se o fornecedor
já fez algo que serve para
as necessidades da sua empresa,
ele já é qualificado. |
2º) |
Separe os fornecedores
que têm mais experiência
no setor e na atividade da empresa. |
3º) |
Separe os fornecedores
que possuem as maiores chances
de atender no futuro. |
A primeira análise é
puramente técnica. Depende
do preenchimento da lista de requisitos
das necessidades da empresa. É
o primeiro corte.
A segunda é um fundamento
muito importante. Quase todas as empresas
de software são especializadas
e focadas em certos segmentos de atividade
econômica. Ainda que no momento
um sistema possa servir, não
adianta escolher um fornecedor especializado
em indústria de calçado,
se a sua é de fabricação
de tijolo. A softwarehouse vai dirigir
as melhorias e o crescimento do sistema
para as necessidades dos fabricantes
de calçados. Sua empresa sempre
ficará à margem e, o
seu sistema, ao longo do tempo, vai
se distanciar de suas necessidades.
É uma visão de longo
prazo. "Longo prazo em tecnologia,
pode ser 2 anos". Este é
o segundo corte.
A terceira análise também
diz respeito ao futuro. Sua empresa
precisa de garantias de que a implantação,
a reorganização e os
objetivos serão atingidos a
curto, médio e longo prazo.
É preciso garantir que o fornecedor
vai estar presente no futuro e que
vai investir na evolução
do sistema para que possa atender
as necessidades que o crescimento
da empresa vai exigir. É o
terceiro corte.
Como vai fazer isso?
1º) |
O tempo de existência
da empresa é um referencial
importante. O setor é muito
exigente e competitivo. Ter vida
longa é um bom sinal. Também
há muitas empresas novas,
mas é muito arriscado casar
com alguém que conheceu
há três semanas.
Pode dar certo, mas é arriscado. |
2º) |
Conversar
com clientes que utilizam o sistema
do fornecedor por muitos anos.
Além de checar o atendimento
e o comprometimento com o cliente,
é importante saber como
o sistema evoluiu e se acompanhou
as necessidades e expectativas.
Se não evoluiu, não
vai evoluir. Saia fora. |
Outra questão a ser considerada,
ainda que muito subjetiva, diz respeito
à diferença entre o
"porte da empresa" e o do
"porte do fornecedor". A
área de TI é muito segmentada,
tanto em especialização
como na estrutura de atendimento.
Há fornecedores que só
atendem empresas grandes, outros,
só pequenos. Normalmente, os
preços ordenam essas relações.
Porém, uma empresa compradora
que tenha recursos e necessidades
de maior ordem, precisa ter cuidado
ao avaliar preços baixos. Se
decidir aproveitar alternativa muito
abaixo do que poderia investir, poderá
estar sendo atendida por um fornecedor
que não está preparado
para seu nível de exigência,
complexidade ou retaguarda.
A área de tecnologia, sobretudo,
quando aplica mão-de-obra é
muito cara. Preços baixos,
normalmente, não são
acompanhados por atendimento especializado.
Finalmente, lembre-se: na informatização
da sua empresa encare o sistema como
um investimento, o fornecedor como
um parceiro e, o sucesso, como um
esforço de ambas as partes.
Sobre o autor:
J. R. Cesário
Consultor com mais de 35 anos de experiência
em implantação de ERP
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